Uma pesquisa que discute os desafios para instauração dos direitos sociais no Brasil após a Constituição de 1988 refletindo sobre as formas como se deram as políticas culturais e de saúde no período, os efeitos do neoliberalismo nos processos de subjetivação e a produção do comum.
Como contraponto a esse processo, foram acompanhadas experiências coletivas de criação que acontecem na cidade de São Paulo desde a década de 1990 que envolvem práticas artísticas, culturais e de cuidado.
Tais práticas instauram
comunidades heterogêneas em espaços públicos ou abertos da cidade tecendo uma rede não institucionalizada que produz saúde mental.
A documentação revela que a ação dos Coletivos tece redes de apoio que se organizam de forma autônoma para além das políticas institucionais e faz emergir estratégias de cuidado para lidar com a diversidade cultural e com aquilo que é considerado incomum.
O processo de produção compartilhada do conhecimento realizado pela pesquisa propiciou conexões entre a rede e enriqueceu suas possibilidades de diálogo e cooperação.
A sistematização e análise sobre os modos de criação, sustentação e agenciamento operados pelos Coletivos forneceram aportes para a
reflexão sobre quais tipos de políticas poderiam apoiar práticas coletivas autônomas transversais implicadas no comum, propiciando a existência de outras culturas do cuidado.
Prêmio Tese Destaque USP – 10ª Edição
Grande área: Inclusão Social e Cultural
Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP - pela bolsa de doutorado concedida e pelo apoio para realização do projeto (Processo 2016/17723-3);
e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES - pela bolsa de doutorado sanduíche concedida.
Laboratório de Antropologia Visual / Media e mediações culturais da Universidade Aberta de Lisboa
Faculdade de Educação
Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Instituto de Psicologia
Programa Interunidades em Estética e História da Arte
Assista a transmissão da defesa da tese de doutorado Criação à deriva: políticas do cuidado em coletivos incomuns, que aconteceu de forma virtual em 23/10/2020.
Isabela Umbuzeiro Valent realiza e pesquisa ações culturais colaborativas e comunitárias relacionadas à práticas artísticas, políticas sociais e de saúde e populações em situações de vulnerabilidade. É graduada em terapia ocupacional, Mestra em Estética e História da Arte e Doutora em Artes pela Universidade de São Paulo.
Transita entre a pesquisa acadêmica, criação artística, acompanhamento terapêutico e gestão de projetos culturais em territórios de convivência implicados na produção do comum.
Atualmente é professora substituta do Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Pernambuco.
É pesquisadora do Laboratório de Estudos Arte, Corpo e Terapia Ocupacional (PACTO) da USP. Compõe o Grupo de Experimentações Poéticas e Políticas do Sensível (GEPPS) e a Rede Arte (in)comum, articulando ações comunitárias entre pessoas e iniciativas pautadas na criação de culturas do cuidado em São Paulo.
Em sua pesquisa de doutorado propôs a criação de documentações audiovisuais colaborativas junto a coletivos da cidade de São Paulo, criando um acervo audiovisual e o documentário Incomuns.